Curso de Teologia – Prof. Márcio Ruben

 

Capítulo 3

Introdução

O AT contém 39 livros (Reformada), históricos, poéticos, proféticos. Diversos autores, em épocas diferentes.

Os 5 primeiros livros da Bíblia são conhecidos como Pentateuco, também conhecidos pelos judeus como Torah, livros da lei. Estes livros narram o início do mundo, a criação de todas as plantas, animais, peixes e do homem. Narram a queda do homem, e a história de Deus de resgatá-lo. Deus escolhe a Abraão e um povo especial, os hebreus. Os livros narram a história desse povo desde sua saída do Egito, através de Moisés até seu assentamento em Canaã. Este povo é conhecido pelo nome de Israel. Constituindo sacerdotes para si e sacerdotes, na palestina serão governados por reis. O primeiro rei, Saul, foi desobediente, e o rei escolhido por Deus, Davi, seguiu a vontade de Deus. Outros reis como Salomão

desobedeceram a Deus. Quando o povo quebrou sua aliança com Deus, ele os entregou a outras nações. Em 722 a.C. O reino do Norte a Assíria e o Reino do Sul (Judá) aos Babilônios em 587a.C.

Os ensinamentos do Antigo Testamento reforçam o sacerdócio e o local de adoração: Tabernáculo e depois o Templo. Todo sistema de leis tem como base a lei recebida por Moisés no Sinai. Toda questão de saúde, de moralidade, de festividades, de alimentação e purificação eram baseados nas leis da Torah e ligados ao sacerdócio.

Mas antes Deus enviou-lhes profetas e lhes prometeu um messias, ungido, redentor.

Os profetas Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e outros profetizaram o retorno de Israel a sua terra e sobre o redentor, messias, ungido.

Os materiais desta historiografia

No período que vai desde os patriarcas até o reinado de Davi e Salomão, a memória de Israel - ritos, narrações sobre os patriarcas, a epopeia do êxodo, a história das lutas da conquista da terra etc. - é transmitida principalmente por tradição oral.

“Narração Javista”

Na base dos 4 primeiros livros de Moisés - Gn, Êx, Lv e Nm (às vezes chamados de ”tetrateuco"; tetra :4) - existe um documento escrito, narrativo, que se inicia com a criação de Adão e Eva (Gn 2.4bs) e termina na história do êxodo, no livro de Números. Este documento se caracteriza pelo uso constante do nome de Javé.

“Narração Eloísta” – Êx 3.15. Indica o nome de Deus por Elohim. Números. moralista.

“Narração Sacerdotal”

relacionadas com o culto. Está presente de modo especial no Lv, é caracterizado pelo interesse cultual e atribuído ao âmbito sacerdotal. alemães que a identificaram, de Priesterkodex (alemão para "código sacerdotal"; sigla P).

A “Fusão” pelos sacerdotes a época do exílio babilônico, com vistas à conservação da lei mosaica e a restauração do culto depois do exílio. Assim ficou construído o conteúdo essencial dos atuais livros Gn-Êx-Lv-Nm, o “Tetrateuco”.

“Deuteronômio Primitivo” dizendo: O sacerdote Hilquias me entregou um livro. E Safã o leu diante do rei.

da Lei, rasgou as suas vestes. -11 ARA) 12-26.

“Narração Deuteronomista”

Dá continuidade ao 'livro da Aliança" (o Deuteronômio primitivo: cf. 2Rs 23.2), compondo os livros de Js até 2Rs. Os teólogos deuteronomistas completaram o Dt com grandes discursos, em que Moisés parece falar para a situação de 600 a.C. a e a fraternidade como características do povo eleito e da Nova Aliança (Jr 31.31-35.1)a ser estabelecida. A visão deste regime de Monarquia constitucional não ultrapassa as fronteiras de Israel: é em Israel que deve ser realizada a nova obediência a Javé, que será também a felicidade do povo.

austero e mais profético que o do Sul. -revelação.

Profetismo no Norte RElato do Reino do Norte é de estilo mais austero e mais profético que o do Sul. -revelação.

Amós censura com agressiva ironia os abusos sociais, contrários à liberdade e fraternidade que Javé proporcionara ao povo libertando-o do Egito (Am 2.10-12). Seus oráculos sobre as classes dominantes de Samaria pertencem à mais violenta crítica social do mundo antigo (4.1-3; 6.1-7 etc.).

Amós

Amós censura com agressiva ironia os abusos sociais, contrários à liberdade e fraternidade que Javé proporcionara ao povo libertando-o do Egito (Am 2.10-12). Seus oráculos sobre as classes dominantes de Samaria pertencem à mais violenta crítica social do mundo antigo (4.1-3; 6.1-7 etc.).

Oséias esposa infiel, mais tarde desenvolvida por Jeremias e Ezequiel: Israel é como uma esposa infiel, trocando seu único marido, Javé, por outros maridos, isto é, baalim, como eram chamados os ídolos cananeus (Os 2). Também ele usa como ponto de referência a liberação do povo da escravidão do Egito (Os 11)

Profetismo no Sul trono. No seu reinado ressoam as vozes dos profetas Isaías e Miquéias. É o tempo em que os assírios estão se impondo, pouco antes da queda de Samaria (721).

Miquéias especificamente os abusos sociais (leia Mq 2.1-5; 3.1-4). Nos cap. 4 e 5 aparece uma outra ideia: a esperança de um novo rei (messias), superando o (já idealizado) reinado de Davi. o egoísmo das elites entrega o país ao domínio da Assíria, e o pacto de vassalagem aumentará o desejo expansionista cada vez mais.

Reinado de Ezequias -  foi no reinado de Ezequias que a historiografia do norte, a “narração eloista”, foi fundida com a do sul., a “narração javista”. Sinal de aproximação religiosa entre o sul e os refugiados do norte? Mas a análise provou que nesta fusão, a parte sul pesou mais. Isto reflete a situação política: o norte está privado de liderança, a tradição de Israel se conserva doravante no sul.

Teólogos do Templo legislação descoberta no Templo, o “Deuteronômio Primitivo”, o livro da Lei. Uma narração antiga que vinha ao encontro das necessidades do sul, e conservada pela “escola deuteronomista” semelhante, que se convertesse ao SENHOR de todo o seu coração, e de toda a sua alma, e de todas as suas forças, segundo toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro igual. (2Ki 23:25 ARA)

Sofonias

Sofonias acentua sobretudo que a esperança de Israel e Judá está no Povo simples, que vive em retidão e justiça. ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo. afastados das festas solenes, eu os congregarei, estes que são de ti e sobre os quais pesam opróbrios. contra todos os que te afligem; salvarei os que coxeiam, e recolherei os que foram expulsos, e  farei deles um louvor e um nome em toda a terra em que sofrerem ignomínia. arei voltar e vos recolherei; certamente, farei de vós um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando eu vos mudar a sorte diante dos vossos olhos, diz o SENHOR. -20 ARA)

Jeremias

Jeremias deixou uma mensagem mais ampla e diversificada. Além de insistir fortemente na retidão pessoal, desempenhou também – como Isaías – o papel de orientador político. constitui uma das mais extensas obras de um único profeta. O livro é organizado de forma temática, e conheceu uma adaptação depois do exílio, colocando os babilônicos no papel de vencidos , Jer 15.12, 17.7, cap.50-51.

Naum\Habacuque provocador, a derrota de Nínive, capital da Assíria, em 612 a.C. Pouco depois, porém, vendo as intenções conquistadoras da Babilônia, o profeta Habacuque comenta amargamente o alastramento da guerra e da miséria.

O Exílio em si a herança de “todo Israel”. destituído de pessoas da elite. pessoas que não foram levadas à Babilônia, mas continuaram a viver como “filhos de Israel”

Jeremias e os exilados

Os exilados sofreram o impacto dos acontecimentos de 597 e 596 com mais veemência. Não sabiam o que iam ser no seu novo habitat. Não sabiam se um dia voltariam. O Profeta Jeremias lhes mandou uma carta aconselhando-os a viverem normalmente e a se casarem, Jr 29.6. dos judeus na Babilônia.

Ezequiel

Um papel importante, na conservação de sua tradição religiosa, deve ser atribuído ao profeta Ezequiel, que acompanhou os exilados à Babilônia.

Ezequiel era sacerdote do Templo de Jerusalém. Vivendo no meio dos exilados, manteve neles a identidade israelita, a religião Javista, a retidão moral e a esperança na restauração.

O conteúdo de sua pregação coincide em parte com a de Jeremias. Como este, aplica à atualidade a alegoria do profeta Oséias comparando Israel, e agora também Judá, com mulheres infiéis (Ez 23, cf. Jr 3.6-13). de Isaías, Is 49.17, é tratado pelo profeta Obadias. Deus a respeito de Edom: Temos ouvido as novas do SENHOR, e às nações foi enviado um mensageiro que disse: Levantai-vos, e levantemo-nos contra Edom, para a guerra. és mui desprezado. que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada, e dizes no teu coração: Quem me deitará por terra? -3 ARA)

Os Remanescentes – Lamentações

Expressaram a desolação que sentiam ao ver diariamente as ruínas do templo destruído, nas Lamentações conservadas na Bíblia e tradicionalmente atribuídas a Jeremias (que, de fato, tinha ficado em Jerusalém até o assassinato de Godolias). trabalho próximo a Jeremias e após ele, conservando a obra conhecida por Profetas Anteriores.

O Fim do Exílio

Mesopotâmia e a Índia, ocupam o cenário do imperialismo médio-oriental. Ciro se torna rei dos persas e dos medos- estes últimos associados ao império babilônio. Em 539, submete os babilônios. império, Ciro precisa da colaboração das elites nacionais de cada país. Por isso, no ano 538, decreta a volta da elite judaica exilada na Babilônia ("Edito de Ciro").

“Obra Sacerdotal” Templo de Jerusalém, com vistas, exatamente, à restauração do templo e do culto (o código sacerdotal); narração de vulto maior, centrada em torno do evento fundante de Israel, que é o êxodo, e que já existia na forma dos relatos javista e eloísta, provavelmente já unidos por ocasião da reforma religiosa de Ezequias. Assim, os círculos sacerdotais levaram a termo a meditação de Israel sobre suas origens, na redação sacerdotal do Pentateuco.

Esdras\Neemias mesma linha fundamental sobre o Templo, mas com acentos diferentes, já que o assunto da conversa é outro: não mais a linhagem davídica, mas a restauração do povo depois do Edito de Ciro (538) (Esd 1.1-3). 6, a Festa dos Tabernáculos e o Dia da Expiação. Ne 8-9.

Ageu\Zacarias da pelos oráculos dos profetas, Ageu e Zacarias (cap. 1-8), convocando o povo para a reconstrução do Templo. chegaram a ver em Zorobabel um messias (Ag2.23; Zc 6.72), é mencionada pelo

narrador abrindo o relato da construção do 2º Templo, Esd 5.1.

Malaquias\Joel e uma pregação altamente hierocrática e cultual situamos os profetas Malaquias e Joel. Posteriores a restauração do Templo (515) e possivelmente anteriores às medidas de Neemias contra os casamentos mistos (445).

Jonas Jonas é mandado para destruir ou levar ao arrependimento a cidade de Nínive capital da Assíria. -la, à vontade de Deus. forte nacionalismo, fica insatisfeito. a uma lição sobre a universalidade da salvação (Jn 4).

Daniel

As visões de Daniel apresentam simbolicamente os reinos babilônico, persa, grego e sírio, cujo décimo primeiro rei é Antíoco Epífanes. Dn 7.25 faz clara alusão aos fatos de 167 a.C. Seu reino será destruído pelo "filho de homem", que significa, “o povo dos santos do Altíssimo” (7.27), o Reino de Deus mesmo através de Israel.