Curso Básico de Teologia (Livre)

Prof. Márcio Ruben



ceteprj@gmail.com

CONTRIBUIÇÃO

marcio ruben

pix 01033750743 cpf

bradesco

 

BAIXAR SWORD

ACESSAR FERRAMENTAS

ACESSAR

UM REFORÇO PARA SEUS ESTUDOS

 

Cadastre-se aqui!

no curso de teologia

____________________

ACESSO AO FÓRUM

(dois pontos extras)

 

ACESSE VÍDEOS

FAÇA UMA DOAÇÃO

Ajude-nos a mantê-lo!

doacao/doacao/

Simbologia (Hermenêutica)

Simbologia Bíblica (PROF. MÁRCIO RUBEN)

 
 

Simbologia Bíblica

Introdução

 

            A Bíblia está cheia de símbolos. São abundantes e seu estudo é o estudo de toda Bíblia.

            O entendimento dos símbolos nos leva a compreender os tipos, pois o tipo é um conjunto de símbolos.

            As profecias foram dadas muitas vezes em linguagem simbólica e a compreensão dos símbolos nos ajuda a entendê-las e interpretá-las. Assim também muitas parábolas são entendidas  pela interpretação dos símbolos nelas empregadas.

            Até mesmo alguns milagres têm em si um significado baseado no simbolismo.

            Há quem diga que o Antigo Testamento é a ilustração e o Novo Testamento a doutrina. Veremos que o simbolismo do Antigo Testamento  realmente valida a doutrina do Novo Testamento.

 

Diferença do símbolo para o tipo

 

Definições

 

            Símbolo

·          É o emprego de algum objeto material para evocar idéia ou coisa espiritual ou moral.

 

            Tipo

·         É a representação de pessoa ou ligação futura na esfera espiritual por meio de combinações, pessoas ou coisas do mundo material que tenham com elas certa correspondência de analogia ou mesmo de contraste.

 

Diferenças

 

·         O tipo é essencialmente da esfera religiosa.

·         O símbolo é de uso geral entre os homens.

·         O tipo tem referência a eventos que lhe são futuros.

·         Os tipos do Antigo Testamento encontram seus antítipos no Novo Testamento.

·         O símbolo não tem referência temporal alguma.

·         No tipo há analogias bem notáveis para com o antítipo.

·         Ao símbolo basta sugerir a coisa simbolizada.

 

Semelhanças entre símbolos e tipos

 

            Podem ser empregados símbolos como construindo blocos de tipologia, isto é, como símbolos tipológicos. Como por exemplo, um "cordeiro", que na Escritura simboliza inocência, etc., mas, como parte do sistema sacrifical, aponta para o Cordeiro Messiânico de Deus.

           

Símbolos incluídos nos tipos

 

            Bons exemplos de símbolos incluídos no tipo são os materiais utilizados no tabernáculo:

 

            Madeira de Acácia (ou cetim):

·         Era encontrada no deserto do Sinai e ao redor do Mar Vermelho. Era uma madeira dura e não destruída por insetos. Ela simboliza a humanidade de Cristo, sem aparência, nem formosura, mas não corrompida pelo pecado (SI 16.10). Cristo é chamado em Is 4.2 de "fruto da terra".

 

            Bronze:

·         Foi o metal escolhido para esta finalidade por ser altamente resistente a alta temperatura. Bronze é uma liga de cobre e zinco. Ele representa juízo, sofrimento ou julgamento (Dt 28.23; Dn 10.6; Ap 2.18; SI 89.14).

·

            Prata

·         É um símbolo da redenção (Zc 11.12; Mt 26.15,16). Ela representa o preço pago por Cristo como resgate dos pecadores. Quando era feita a contagem dos filhos de Israel, cada israelita pagava um resgate: meio siclo de prata. Este preço era igual para todos, pobres e ricos (Ex 30.11-16).

 

            Ouro

·         Como metal precioso e nobre, o ouro representa a divindade. Ouro fala do céu, da glória de Deus (Ap 3.18; Jo 22.25; Dn 10.5).

 

            Linho

·         O linho fino era fabricado no Egito. Era usado pela realeza e por pessoas de destaque. Ele fala de pureza e santidade (Ap 19.6-8,14 , Is 64.6; 59.21). Aponta para a retidão de Cristo, o cordeiro imaculado (I Jo 3.3-5).

 

         

Elementos reais

 

São inúmeros os elementos reais da Bíblia, vejamos alguns:

 

Sangue

            O sangue é símbolo de vida ou alma. É um elemento de renovação da vida e de expiação.

             

         Sangue como culpa:

·         Falando de crucificar a Cristo, disseram os judeus: "Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos filhos!" (Mt 27.25).

 

      Sangue como expiação:

·         “Temos a redenção, pelo seu sangue" (Ef 1.7);

·         "Sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Rm 5.9).

 

            Sangue da aliança:

·         "Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna" "minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida". Ver Mt 26.27-29; Jo 6.48-63.

           

            Sangue e azeite

·         “Então tomarás do sangue que estará sobre o altar, e do óleo da unção...” Êx 29.21 - Sangue expiador, que leva o homem a Deus; e azeite que é o símbolo do Espírito Santo, e que traz o poder de Deus ao homem.

Carne

  Submissão:

·         "E vos darei coração de carne" (Ez 36.26);

            Concupiscência:

·         "Andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne" (Ef 2.3);

            Humanidade

·        "Aquele que foi manifestado na carne" (1 Tim. 3.16);

            Legalismo

·         "Tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na carne?" (Gl 3.3).

 

Vestidos

            Demonstram qualidades morais e espirituais.

 

            Vestes inadequadas:

·         Homem reprovado e lançado fora que entrou para o banquete real sem a veste nupcial (Mt 22.11-13).

            Vestes brancas:

·         Pureza e santidade (Is 52.1; Ap 3.4; Zc 3.3);

·         Sinal de favor e amizade (lSm 17.38).

 

            Vestes de salvação:

·         “Regozijar-me-ei muito no Senhor, e a minha alma se alegra no meu Deus porque me vestiu de vestidos de salvação, me cobriu com o manto de justiça” (Is 60.10).

 

Livro

·         Inauguração do reino (2 Reis, 11.2);

·         Memória em que estão os redimidos (Apoc. 3:5);

·         Ser riscado, perda de cidadania ((Sl 69.28; Ap 13.8).

·         Aberto, princípio de um juízo. (Apoc. 20:12.)

           

Árvore

            Árvore da vida

·         Símbolo de felicidade (Pv 3.18; 11.30; 13.12; 15.4);

·         Símbolo de realidade espiritual (Ap 22.1-5);

·         Altas, governantes. (Ezeq. 31.5-9);

·         Baixas, povo comum. (Apoc. 7.1; 8:7.)

 

Fogo

·         Jeová (Êx 19.18, 24.17; Sl 18.8).

·         Palavra de Deus (Jr 23.29; Hb 3.5);

·         Destruição (Is  42.25;  Zc  13.9);

·         Purificação (Ml 3.2);

·         Perseguição (1 Pedro 1.7);

·         Castigo e sofrimento (Mar. 9.44.).

 

Ouro

·         Realeza e poder. (Gên. 41.42).

 

 

Considerações sobre os elementos reais

 

         O linho fino simboliza a justiça real; o ouro, a glória de Deus; a prata resgate; o cobre resistência ao fogo que, por sua vez, é símbolo do Juízo divino; o óleo ou azeite, o Espírito Santo; o incenso orações; o sal, influência preservadora; o fermento, a tendência corruptora do pecado, e há centenas de outros símbolos.

           

 

            Importa, porém, não omitir os elementos das duas ordenanças de Nosso Senhor Jesus Cristo: a água do batismo símbolo da obra regeneradora e purificadora do Espírito Santo; o pão e o vinho da Ceia do Senhor símbolos do Seu corpo e do Seu sangue, e assim tomados proclamam sua morte expiatória, redenção e ressurreição (Rm 6.3,4; 1 Co 11.23-26).

 

Visões e Atos Simbólicos

 

Visões

 

            O objeto da visão é dado por Deus.  Os profetas muitas vezes eram movidos por atos reforçados por uma ação simbólica.

 

Vara de Amendoeira

·         Jr 1.11-12.  Do verbo hebraico Shaqêd vigiar, despertar. Simboliza a vigilância do Senhor para cumprir sua palavra. A amendoeira é a primeira árvore a despertar na primavera; assim também o Senhor desperta e se ergue em juízo.

 

Uma panela a ferver

·         Jr 1.13. Um julgamento será derramado sobre Judá, vindo do Norte.

 

Dois cestos de figos

·         Jr 24.1-10. Bons e ruins. Deus protege os remanescentes fiéis no exílio e rejeita os incrédulos que ficaram em Judá.

 

Assentar-se sob a figueira

·         Mq 4.4. Prosperidade e paz.

 

Seres viventes

·         Ez 1.5-28. Ver Ap 4.7. Rostos de homem, leão, boi e águia "a águia é exaltada entre as aves; o boi é exaltado entre os animais domésticos; o leão é exaltado entre os animais ferozes; o homem é exaltado entre as criaturas; e todos eles têm recebido domínio, e lhes tem sido proporcionada grandeza; não obstante, acham-se abaixo da carruagem do Santo".

 

Estátua e animais

·         Dn 2.1-49; 7.1-28. Impérios mundiais sucessivos. Cabeça de fino ouro, e um como leão com asas de águia: Babilônia; peito e os braços de prata, e um como urso: Medo-persa; ventre e quadris de bronze, e um como um leopardo com quatro asas e quatro cabeças: Grécia; pernas de ferro, e animal forte e espantoso com dentes de ferro: Roma; os pés, em parte de ferro, em parte, de barro, e chifres que se levantam do quarto animal mais um chifre diferente: Anticristo; pedra, e o filho do homem: Jesus Cristo.

 

 

 

Traças

·         Comendo uma roupa, julgamento divino, Is 50.9; 51.8.

·         Fazendo casa em roupa, insensatez humana, Jó 27.18.

 

 

Gafanhotos

·          Am 7.1-6. A súplica do profeta mostra que se trata de uma calamidade. Fogo que ameaça consumir a terra. É claro que se trata de um juízo divino contra Israel.

·         Inimigos destruidores, Jl 1.6,7; 2.2-9.

·         Falsos mestres, Ap 9.3.

·         Governantes ímpios, Na 3.17.

 

Um prumo

·         Am 7.7-9. Semelhante a um muro desaprumado, que  tem, de ser demolido "os altos de Isaac serão assolados, e destruídos os santuários de Israel", por falta de conformidade com o padrão de justiça que o prumo simboliza. Is. 28.17; Lm 2.8.

 

Um cesto de frutos

·         Am 8.1-2. Um cesto da colheita de frutos, ou seja, ainda - de frutos maduros, coisa que se não pode guardar por muito tempo, anúncio do fim.

 

Cavalos coloridos

·         Zc 1.7-17; 6.1-8. Poder e juízo de Deus e suas armas de punição.

 

Besta

·         Dn 7.3,17; Ez 34.28; Ap 13.1-18.  Poder tirano e usurpador.

 

Adultério

·         Jr 3.8,9; Ez 23.37; Ap 2.22. Infidelidade, idolatria.

 

Sete Castiçais

·         Ap 1.12. Sete Igrejas.

 

Estrelas

·         Nm 24.17. Cristo.

·         Jó 38.7. Anjos.

·         Ap 1.20; 2.1. Ministros.

·         Errantes, falsos mestres, Jd 13

·         Brilhante estrela da manhã, Cristo, Ap 22.16.

·         Estrela da manhã, glória dada aos santos, Ap 2.28.

 

 

 

Atos simbólicos

 

            O tipo da páscoa não estaria completo sem o ato simbólico de aplicar o sangue do cordeiro à entrada das portas dos israelitas no Egito. Do mesmo modo o ato de partir o pão que Jesus praticou ao instituir a Ceia teve tanto valor simbólico que os apóstolos usavam dessa frase como nome da própria ordenança da Ceia do Senhor. Os atos de comer o pão e beber do cálice são igualmente simbólicos e indispensáveis por parte daquele que está ceiando.

 

Mãos

·         Santas, pureza (1 Tm 2.8);

·         Sangue, iniqüidade, maldade (Is 1.15);

·         Lavar as mãos, significa expiação de culpa ou protesto de inocência de culpa (1 Co 6.11; 1 Tm 2.8);

·         À mão direita, símbolo de posto de honra (Mc 16.19);

·         Dar as destras, símbolo de participação de direitos e bênçãos (Gl 2.9);

·         Dar a mão, equivale a render-se (Sl 68.31; 2 Cr 30.8);

·         Levantar a destra, era sinal de juramento (Gn 14.22; Dn 12.17);

·         As mãos postas sobre a cabeça de  alguém,  símbolo  de  submissão  de  bênção,  de  autoridade  ou  de culpa (Gn 48.14-20; Dn 10.10);

·         Mãos de Deus, postas sobre um profeta, indica influência espiritual (1 Rs 18.46; Ez 1.3; 3.22); o dedo indica influência menor; o braço, influência maior.

           

 

Comer

·         Destruição da felicidade ou propriedade de alguma pessoa. (Ap 17.16; Sl 27.2).

·         Meditação e participação da verdade.  (Is 55.1, 21);

·         Resultados de conduta observada no passado.  (Ez 18.2);

 

 

Colheita

·         Fim do mundo, Mt 13.30,39;

·         Tempo do julgamento, Os 6.11.

 

Lavar em vinho

·         Lavar a roupa em vinho, abundância Gn 49.11.

 

Atitude simbólica para ser curado ou curar

·         Olhar para serpente de bronze, Nm 21.8.

·         Banhar-se no rio Jordão, 2 Rs 5.1- 14.

·         Untar com lodo, Jo 9.4.

·         Deitar no morto, 2 Rs 4.34.

 

 

Secar a figueira

·         Falta de frutos, Mt 21.19.

 

Medir

·         Conquista e possessão, Is 53.12; Zc 2.2; Am 7.17.

 

Tocar a trombeta

·         Acontecimentos importantes, Ap 6.6.

 

Uso de jóias

·         Glória de Cristo, Ct 5.14.

·         Favor, Lc 15.22

 

Colheita da Uva

·         Judeus, Is 5.7; Mt 21.23.

·         Eleitos, Is 24.13.

 

Firmar os pés

·         Na rocha, estabilidade, Sl 40.2.

·         Num lugar amplo, liberdade, Sl 31.8.

·         Escorregando, ceder a tentação, Jó 12.5, Sl 17.5.

·         Pisando, destruição completa, Is 18.7; Lm 1.15.

·         Lavados ou mergulhados no azeite, abundância, Dt 33.24; Jó 29.6.

·         Mergulhados no sangue, vitória, Sl 68.23.

 

 

            O ato prostrar-se significa reverência; levantar a mão, juramento, voto ou propósito de fazer alguma coisa; cingir-se, dispor-se para trabalho ou jornada, e assim por diante.

                       

            E não esqueçamos de que os milagres de nosso Salvador são chamados sinais para indicar que todos eles foram designados como símbolos de outros tantos atos que o mesmo Senhor realiza na esfera espiritual. Assim é que, havendo dado vista ao cego de nascença, Jesus disse aos fariseus que o perseguiam por esse motivo: “Eu vim a este mundo para juízo, afim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos” Jo 9.39. Que estas últimas palavras se referiam à cegueira espiritual perceberam os mesmos fariseus, e Jesus o confirmou.

 

 

 

Nomes e Números

 

Nomes

            Os símbolos nominais nas Escrituras muitas vezes se verificam nos paralelos bíblicos, nos contrastes e na satisfação do tipo no antítipo.

 

Nomes de pessoas

 

Adão

·         Nome do primeiro homem, progenitor de toda a raça humana e responsável pela entrada do pecado no mundo, tornou-se o símbolo dessa natureza decaída e do estado de responsabilidade do homem diante de Deus. “Último Adão” é nome dado a nosso Senhor Jesus Cristo por confronto com o primeiro por ser a cabeça de uma nova raça como aquele o fora da primeira e por contraste por ser o autor da salvação, ao passo que o primeiro fora o portador da perdição. 1 Co 15.22,45.

 

Matusalém

·         É símbolo popular de longevidade. Gn 5.27.

 

Davi

·         Nome do rei segundo o coração de Deus, com quem foi feito o pacto da realeza, é várias vezes empregado pelos profetas em seus vaticínios para significar o próprio Messias. At 13.33.

Abraão

·         Pai da fé, Hb 11.8.

 

Hagar

·         Símbolo da lei mosaica Gn 6; Gl 4.22-31.

Sara

·         Símbolo do Novo Concerto Gl 4. 22-31.

           

            O leitor da Bíblia, entretanto, tem um campo vastíssimo de aprendizagem, se atender à significação etimológica dos nomes de seus personagens.

 

            Uma mudança divina de nome nas Escrituras é uma chamada para olhar o significado do nome mais de perto e para o caráter e missão que o nome mudado revela:

·         Abrão pai exaltado, veio a se chamar Abraão, pai de grande multidão. Gn 17.1-8; 

·         Sarai minha princesa ou contenção, passou a ser Sara, princesa. Gn 17.15-19.

·         Jacó suplantador, tornou-se Israel, príncipe de Deus, ou mais literalmente, Deus nominará. Gn 32.22-32.

·         Josué, seu nome era originalmente Oséias (heb. Hoshea) e significa "salvação", em Nm 13.16, seu nome passa para Josué, "0 Senhor (Yahweh] é salvação".

 

            Neste último caso deve-se notar que não desapareceu o primeiro nome. Pelo contrário, no restante do livro de Gênesis e ainda em vida do patriarca, nada menos de quarenta e oito vezes Israel; e toda a Bíblia em prega o nome Israel muito mais comumente como designativo da prole de que como nome do patriarca. Ficou, porém, a lição simbólica visada mudança do nome, e assim, quando o escritor sagrado quis fazer alusão às maravilhosas operações da graça e da longanimidade de Deus que transformaram Jacó em Israel, voltam ao velho nome, como na expressão do Salmo 46 “O Deus de Jacó é o nosso refúgio”.

 

Nomes geográficos

 

            Como os nomes de pessoas, têm também significação simbólica, vários toponímicos sejam por sua etimologia ou por alusões históricas. Assim o escritor aos Hebreus (7.2) acha na significação etimológica de Salém, como na de Melquisedeque, elementos simbólicos que entram na interpretação do tipo. Os nomes de Belém, casa do pão; de Hebron, comunhão; de Jerusalém, fundamento da paz, e tantos outros lugares notáveis na história sagrada deviam ser lidos sem jamais se perder de vista sua significação etimológica.

           

            Babel e Babilônia simbolizam confusão tanto por sua etimologia como em razão de sua história. Por sua conexão histórica, Sodoma simboliza corrupção mundana; o Egito é símbolo do mundo como força dominadora; o Calvário significa sofrimento, etc.

 

 

Números

 

                       

Um

·         Unidade em primazia. Idéias derivadas destas: suficiência, independência, identidade, reconciliação, harmonia, paz, supremacia, início, causa, origem, etc.

·         Deus é Um (Dt 6.4; Zc 14.9).

 

Dois

·         Confirmação e testemunho. Jesus enviou os discípulos de dois em dois (Mc 6.7; Mt 18.15-17).  Também   o   dois representa uma situação confirmada por Deus, na qual Ele tem pressa em realizar ( Gn 41.1-8, 25-36).

·         Relação, diferença, divisão. Derivados: auxílio, confirmação, testemunho, apoio, aumento, adesão, amor, dependência, fé, sujeição, contraste, contradição, oposição, conflito, duplicidade, engano, separação, julgamento, decadência, morte, Cristo (Segunda Pessoa, Deus-Homem), cruz, alma mulher.

 

Três

·         Três é o número de Deus: “daquele que é, e que era, e que há de vir”. Ap 1.4.

·         A Trindade: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;” Mt 28.19. Ver Is 6.3.

·         Solidez (as três dimensões: altura, largura e profundidade). E daí: realidade, cumprimento, plenitude; restrição (como três retas, no mínimo, limitam uma superfície), pelo que: separação para fim especial, santificação, especialização, morada, posse, casamento, volta (como a terceira linha do triângulo vem terminar no ponto de partida da primeira), donde, ressurreição, restauração, reprodução, espírito.

 

Quatro

·         Quatro é o número do universo ou do mundo criado. Ap 7.1.

·         Cessação, fraqueza; fracasso, provação, experiência, modificação; criatura, terra, mundo (os quatro pontos cardiais, as quatro estações, etc.). Is 11.12; Dn 7.2.

 

Cinco 

·         O fraco com o Forte (o homem com Deus), Emanuel, Deus governando, capacidade, responsabilidade (quatro mais um).

·         Livre arbítrio humano. Mt 25.2; Ap 9.1-5.

 

Seis

·         Limitação, imperfeição. O número do homem – o dia de sua criação, sua semana de trabalho, sua máxima realização (6, 66, 666, nunca sete), domínio humano, manifestação do mal, disciplina.

 

Sete

·         Plenitude, perfeição, repouso. Aparece mais de 50 vezes no Apocalipse. É o número que completa a semana, o número total das notas musicais, dos sons das vogais na língua hebraica e das cores do espectro solar.

·         Sete e setenta, quantidades indeterminadas e extremas. Pv 26.16,25; Sl 119.164; Lv 26.24.

·         Soma de três que simboliza a Trindade e quatro que simboliza o Reino de Deus na terra, e portanto, a união do finito e o infinito. O Deus-Homem, por exemplo, se representa pelos sete candelabros de ouro. Este número ocorre com muita freqüência na Escritura. Ap 4.5.          

 

 

 

 

Oito

·         Novo começo, o novo em contraste com o velho (sete mais um).

·         É sete mais um, é como que o transbordar da plenitude. As bem-aventuranças em Mateus são sete mais uma (Mt 5).

 

Dez

·         Perfeição ordinal. Completos os números dígitos e inicia a classe das dezenas.

·         Totalidade, envolvendo o livre-arbítrio humano Mt 25.

·         Vários, quantidade Gn 31.7; Dn 1.20.

 

Doze

·         O governo de Deus manifesto no mundo (4 vezes três). Exemplos: mundo natural, os meses, as tribos de Israel, os apóstolos.

·         Representa a plenitude divina.

·         Deus dividiu Israel em 12 tribos.

·         Jesus escolheu 12 apóstolos.

·         Na multiplicação dos pães sobejaram 12 cestos.

·         24 anciãos, 2 vezes 12 (2 = testemunha; 12 = plenitude; 24 = testemunho pleno).

·         Apocalipse fala de 12 portas e 12 fundamentos.

 

Quarenta

·         Muitos,  2 Rs 8.9; Ez 29.11-13.

·         Número que indica um tempo necessário de preparação para algo novo que vai chegar: 40 dias e quarenta noites do dilúvio (Gn 7.4-12); 40 dias e 40 noites passa Moisés no Monte (Ex 24.18; 34.26; Dt 9.9-11; 10.10); 40 anos foi o tempo da peregrinação pelo deserto (Nm 14.33; 32.13; Dt 8.2; 29.4, etc.); Jesus jejuou 40 dias antes de começar o seu ministério (Mt 4.2; Mc 1.12; Lc 4.2);

 

Mil

·         Uma quantidade tão grande que não se pode contar. Prazo de tempo completo e comprido. Reino de mil anos (Ap 20.2). Ver as combinações: 7 X 1000 (Ap 11.13; 12 X 1000 (Ap 7.5-8); 144 X 1000 (Ap 7.4). 

 

 

            Convém dizer, finalmente, que os numerais são empregados na Bíblia em seu sentido literal, embora encerrem o simbolismo. Assim, quando se diz que no peitoral do sumo sacerdote havia doze pedras preciosas, devemos entender doze mesmo, literalmente, também entender que esse número foi escolhido para representar as doze tribos de Israel, o número doze simboliza o governo divino manifesto.

 

 

Cores

 

Azul

·         Natureza celestial de Cristo, 1 Coríntios 15.47,48; João 1.18; Hebreus 7.26; a origem celestial de Cristo.

·         É a cor do céu e dos montes vistos à distância. Outras formas da mesma raiz hebraica significam perfeito e perfeição.

Púrpura

·         Realeza, soberania de Cristo, o “Rei dos reis, e Senhor dos senhores”, Apocalipse 19.16; Marcos 15.17-18.

·         Era a cor dos mantos reais entre os gentios, e a do manto que, por escárnio, puseram sobre Jesus, quando processado como rei. É a cor da realeza.

 

Carmezim / Vermelho

·         Os pecados mais tenazes, porém o Senhor poder torná-los brancos como a neve (Is 1.18).

·         Sangue de Jesus ( 1 Jo 1.7). É, pois, o sangue de Jesus (1 Jo 1.7). É, pois, o carmezim emblema de autoridade especial.

·         Derramamento de sangue (Zc 6.2; Ap 6.4; 12.3).

·         Elemento de beleza pessoal (1 Sm 16.12; Ct 4.3; 6.7; Lm 4.7).

·         O lírio vermelho da Síria (beleza); Ct 2.1.

 

Branco

·         Transfiguração (Mc 9. 2), divindade, pureza. Mt 17.2.

·         Formosura e santidade (Ec 9.8; Ap 3.4).

·         Inocência - e por isso as vestes angelicais e as dos santos na glória se descrevem como alvas (Mc 16.5; Jo 20.12; Ap 19.8,14).

·         Alegria (Ec 9.8).

·         Vitória (Zc 6.3,6).

 

Preto

·         Símbolo de angústia e aflição (Jó 30.30; Ap 6.5-12).

·         Expressão do mal (Zc 6.2,6; Ap 6.5).

·         Luto, aflição e calamidades (Jr 14.2; Lm 4.8; 5.10)

 

Verde

  • Abundância, suprimento, refrigério (Sl 23; Gn 30.37; Lv 2.14; 23.14; Jz 16.7,8; Et 1.6; Jó 8.16; Ct 2.13).

 

 

 

 

 

 

Tipos e Princípios

 

Tipos

            O tipo é uma classe de metáfora que consiste em acontecimentos, pessoas ou objetos que designam fatos semelhantes, pessoas ou objetos no porvir. A interpretação tipológica apoia a analogia entre os dois Testamentos e estas figuras são numerosas e chamam-se nas Escrituras sombra dos bens futuros.

            É importante destacar que os tipos de Cristo na Bíblia não são seres humanos perfeitos. Deus não escreveu a Bíblia para enaltecer o homem, mas para enaltecer a Cristo.

 

Serpente de metal

·         Levantada no deserto tipo da crucificação do Filho do homem (Jo 3.14).

 

Jonas

·         Tipo da morte e ressurreição de Cristo (Mt 12.40).

 

 

Cordeiro pascoal

·         Como o tipo do Redentor (Rm 5.14; 1 Co 5.7).

 

Adão

·         Considerado por Paulo como tipo de Cristo (Rm 5.14).

Israel

·         Como o tipo da comunidade cristã (1 Cor 10.6).

 

Abel

·        A oferta de sangue de Abel agradou a Deus. Uma figura da morte de Cristo na cruz por nós (Gn 4.1-17; Hb 11.4).

 

Noé

·         Noé é uma figura de Cristo. Ele era um homem "justo" e andou com Deus Gn 6.8-22.

·         Noé na arca, passando pelas águas, é uma das figuras da salvação em Cristo. Gn 6.14-22; Mt 12.40 e Mt 24.37-39.

 

 

 

Abraão e Isaque

·         Tipo de o Deus Pai indo com Seu Filho até a cruz. O Senhor Jesus Se entregou como um sacrifício perfeito a Deus. Gn 22.2; Hb 9.26; 10.12.

 

 

 

Pássaros

·         A oferta de dois pássaros como tipos do Senhor Jesus na morte e ressurreição. Um pássaro é morto, o pássaro vivo é mergulhado no sangue do pássaro morto. O pássaro vivo (com sangue sobre si), é solto no campo aberto. (A ressurreição de Cristo). Lv 14.5-7. Em Rm 4.25 você encontrará estes dois pássaros (em tipo).

 

Josué

·         O livro de Josué é uma figura, uma ilustração, um tipo do livro de Efésios. Os "lugares celestiais" (Ef 1:3) espiritualmente são a nossa Canaã, na qual entramos quando aceitamos a Cristo como Salvador e a pátria que almejamos entrar.

 

Cristo total

 

·         A boa terra é a salvação a conquistar – Dt 8.7,9

·         Os mananciais são altas experiências com Deus.

·         A Palestina, situada a 1.200 m acima do nível do mar representa a vida subindo, isto é, assentar-se nos lugares celestiais – Ef 2.6.

·         Há aqueles que têm uma experiência com Cristo na sua totalidade e outros com Cristo na sua superficialidade.

·         Cristo é a realidade de tudo: comida – Jo 6.48-51; água – Jo 4.14; luz – Jo 8.12; habitação – Jo 14. Este é o Cristo Total.

·         A medida da experiência em Cristo está: no Cordeiro – no Egito (salvação); no Maná – no deserto (vida cristã); na Terra – Canaã (vida e batalha espiritual – o Céu). É ter Cristo em abundância.

·         Josué figura a terra prometida e a sua conquista, através do Capitão que é Cristo;

·         Efésios nos mostra o reino espiritual e a conquista através de batalhas espirituais vencidas através do nosso General e Senhor Jesus.

·         Cidade e Templo são os resultados de desfrutar a terra.

·         Cidade representa o centro da autoridade de Deus. Canaã, Jerusalém, Milênio, Céu – Novos Céus e Nova Terra.

·         O Templo é o centro religioso desta teocracia, é a presença de Deus.

·         A Canaã de Deus é representada pelo mel e o leite (lugar que mana leite e mel), fonte de proteínas, que são frutos de dois reinos: vegetal e animal. O Reino Animal  nos fala da expiação e redenção. O Reino Vegetal nos fala de geração de vida.

·         Cristo como leite e mel redime vidas e gera vidas.

·         O Reino Mineral representa a autoridade e a proteção de Cristo. Da terra vêm as pedras, o ferro, o bronze, o cobre etc. Tudo fornece as armas para a batalha e para segurança. As pedras para edificação da fortaleza e da cidade.

·         A terra é Cristo que nos fornece a armadura espiritual: Ef 6.10-18.

·         Cristo no seu estado de humilhação é representado pelo trigo que expressa nascimento, vida, limitação e morte – Jo 12.24.

·         O ribeiro representa a Palavra, o Evangelho jorrando para todos os povos.

·         A cevada representa Jesus ressuscitado, multiplicação, poder restaurado – Jo 6.9.

·         A vides - vinho mostra Jesus como alegria, força, último e novo vinho – Ne 8.10.

·         A figueira representa Jesus como nossa satisfação (sobremesa) nosso descanso mais doce.

·         A romeira representa a beleza de Cristo, o Espírito de Cristo – Zc 4.6; Gl 5.22; Jo 4.23; o Amor e a Mansidão em Cristo.

·         A Cristologia tem como fundamento a terra, a água, o trigo, a cevada, a videira, a figueira, a romã, a oliveira, o leite e o mel.

·         O conhecimento em Cristo envolve teoria – gr. oida e experiência  - gr. gnosco.

·         Jesus, o cordeiro, juntamente com as ervas amargas representa a experiência passageira do sofrimento e do sacrifício – Ex 12; 1 Co 5.17.

·         Jesus como maná é a nossa suficiência diária, suprimento para entrar na terra – Êx 16.3; Nm 11.7-9.

·         Jesus como a Arca da Aliança é a manifestação e a expressão de Deus Êx 25.10-22; A madeira é o símbolo da humanidade de Cristo e o ouro da divindade de Cristo, por isso a Arca era composta de madeira e ouro.

·         O Tabernáculo é a expansão da manifestação da Arca, isto é, de Cristo – Êx 26.1-26

·         O Véu, cobertura, era composto respectivamente: peles de animais marinhos/texugos – Cristo abrigo dos intempéries do tempo – da vida; pele de carneiro – Jesus na cruz (Expiação); pele de cabra -  “fede” Jesus assume o meu pecado – Hb 1.13; linho – a justiça e a beleza de Jesus.

·         Ofertas -  Levítico 1 – 7; Jesus oferta de holocausto é o sacrifício expiatório, por nossas faltas diante de Deus; Jesus oferta de manjares é o sacrifício satisfatório, a satisfação pelos nossos pecados; Jesus oferta pacífica ele é o sacrifício que nos trouxe a paz; Jesus oferta pelo pecado é o sacrifício de sangue que nos purifica de todos os pecados e Jesus oferta pela transgressão é o sacrifício por nossas faltas diante dos homens. 

 

 

 

 

O Tabernáculo e o Homem

 

 

     No Átrio que representa o corpo está a pia de cobre que simboliza o batismo no nome de Jesus e o altar do holocausto (a entrada do lugar santo)  onde se realiza o sacrifício, uma vida de renuncia e sacrifício, negar a si mesmo para seguir Jesus. No lugar Santo que representa a alma está a mesa da proposição (dos pães) que representa a Palavra de Cristo, o Evangelho como nosso sustento espiritual, o candelabro de ouro, a luz que representa o Espírito Santo em nossa vida e o altar do incenso símbolo de nossa vida de oração. No lugar Santíssimo que é o espírito está a arca que representa a manifestação de Cristo em nossa vida, onde somos cheios da Glória do Senhor.

 

 

Considerações Finais

 

Princípios de interpretação na simbologia bíblica

 

A primeira e fundamental regra da correta interpretação bíblica deve ser a já indicada pelos reformadores, a saber: A Escritura é explicada pela Escritura, ou seja: a Bíblia é a sua própria intérprete.

O símbolo deve ser examinado e interpretado em seus aspectos mais gerais e comuns, como se apresentariam naturalmente às pessoas regularmente familiarizadas com as palavras de Deus.

            Deve se fazer aplicação coerente e uniforme dos símbolos, não saltando do sentido figurado para o literal sem que o original o requeira, nem de um aspecto simbólico para outro diverso do contexto próximo ou profético.